Boa noite meus amigos, desculpem minha ausência, mas esses dias foram complicados, a base de tosses e xaropes, espirros e antialérgicos. Mas estamos de volta, agora com a segunda parte do conto do velho Mississípi, a jogatina começa. Espero que gostem, não se esqueçam de curtir a pagina do Facebook (Blog Maldição) e nos contem o que estão achando. Para continuar este texto é necessário ler o primeiro, vale a pena o esforço ja que este conto abre uma fase ousada do nosso Site! Boa Noite e boa leitura a todos.
A
noite nas águas do Mississípi estava linda, iluminada por uma
enorme Lua prateada e os vaga-lumes do pântano que dançavam
brilhantes tentando imitar as estrelas. Havia silêncio naquela
noite, mas este era quebrado ao longe pela algaravia do motor a vapor
e das engrenagens dizendo que as noites do mundo jamais voltarão a
ser silenciosas como eram antes.

Claro
que dentre todos o que mais se destaca é Jonathan Kriminel, não
somente pelos abutres e suas filhas prostitutas, mas principalmente
por seus rivais, já que seu poker era lendário. Poucos ali se
lembram de fato do torneio que está por vir, mas os que o fazem não
perdem Kriminel de vista.
Enquanto
todos se enchiam do bom whisky oferecido de graça, os organizadores,
homens de silêncio, pessoas que ninguém ouviu falar antes, velhos
carrancudos que nada tem a ver com as risadas embriagadas que ecoam
do convés. Eles já tem sorteadas todas as cadeiras, algumas vazias
pela falta de coragem.
Magnata
estava sorteado na décima quinta mesa, com mais oito jogadores, e a
meia-noite o torneio se inicia.
Agora
a cacofonia desaparece quando todos os jogadores já sentados,
confortáveis e com as mãos suando sedentas para tocar os ases,
Kriminel observava com desdém seus rivais, sorrindo a cada um, agora
sério quando observa que o velho inglês estava sentado junto a ele.
— Vou
mostrar a você nas cartas como nós mandamos ingleses para casa!
O
homem apenas dá de ombros e observa o croupier que graciosamente
passa o baralho lacrado para inspeção de todos os jogadores e
depois abrindo-o embaralhando com destreza.
Kriminel
assume sua postura, organiza suas cartas sobre a mesa, observando as
que são reveladas sob o pano verde, então ele passa a fitar o nada,
impassível, ele aceita todas as apostas e vence a primeira rodada. O
processo se repete mão após mão, sem grandes triunfos e duas
derrotas embaraçosas, mas ele não recua, jamais desiste, prefere a
derrota, assim como sempre ocorre ele tece vagarosamente a teia
deixando seus rivais confortáveis para errarem.
Até
que tarde da noite, um por um dos oponentes vão sendo devorados por
ele restando apenas o velho inglês. Agora os olhos de Kriminel estão
cravados nos do velho homem, na sua face ainda se expressa nada além
de um frio desdém. Kriminel perde as três mãos seguintes, gerando
naquele senhor uma espécie de esperança já que aquelas apostas
eram tudo que lhe restara. Ele era um fazendeiro colono de família
tradicional inglesa, mas ele havia nascido em chão americano.
Afobado
com uma mão excepcional o velho desafia Kriminel com “ all in “
o magnata o olha espantado e aceitando a aposta pergunta
_
Tenho fé. Responde ele convicto.
_
Eu não acredito na fé, apenas nos naipes, você tem que pagar. Sabe
o que está por vir ??
Com
um aceno Kriminel pede para o inglês revelar sua mão que se mostra
uma trinca de Reis, enquanto Kriminel revela a sua um belo “Flush
de Paus”, impecável, ele sorri enquanto o velho desaba miserável.
A
noite prestes a acabar o velho, agora paupérrimo, em sua cabine com
os olhos vidrados no teto, com sua Colt em mãos ele sussurra como se
rezasse.
_
Para qualquer um, demônio ou anjo, a quem interessar quero vingança
troco minha alma pelo sangue do bastardo Jonathan Kriminel.
O
barulho do disparo é ignorado por quase todos. Quase todos, mas não
todos...
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