Fantasmas (continuação)

Vamos iniciar nosso bestiário sobre os fantasmas. 

Fantasmas ao que dizem são espíritos dos mortos que não conseguem por algum motivo fazer a passagem para o outro mundo, ficando assim presos, apegados às suas emoções mundanas, geralmente vinculados (ou ancorados) a um lugar, objeto ou pessoa. Mas também existem relatos de aparições de fantasmas de animais e ate mesmo de objetos, como é o caso do mítico navio Holandês Voador.

A forma que estes fantasmas são relatados varia muito de cultura para cultura, mas existe certo consenso sobre eles, a maneira misteriosa e quase sempre envolta em um tom funesto. 

O sacerdote Xintoísta criador da Igreja Messiânica Universal Mokito Okada conhecido pelo título de Meishu-sama, escreveu em seus ensinamentos:

“Os fantasmas geralmente são retratados com a expressão dos instantes da morte. Entretanto, com o decorrer do tempo a expressão do espírito vai mudando lentamente, amoldando-se à índole da pessoa. Por exemplo, os tímidos, os pessimistas e os solitários tomam um aspecto lúgubre, raquítico; os possuidores de natureza diabólica e animalesca, tomam a aparência do próprio demônio; os de pensamento vil ficam com a face disforme, e os que têm bom coração adquirem uma expressão bondosa e bela. Neste mundo, é possível encobrir o pensamento, pela configuração chamada corpo carnal, mas no Mundo Espiritual tudo é revelado, aparecendo exatamente como é. Essa imagem verdadeira aparece mais ou menos um ano após a morte.”

Como eu havia dito, estas descrições variam dependendo da cultura e da religião de quem o esta descrevendo, para uma pessoa cristã ela provavelmente descreveria a aparição como uma manifestação do demônio, já que para quase todas as religiões cristãs é impossível que um espírito ou “Alma” fique preso neste mundo, com exceção da doutrina espírita codificada por Alan Kardec onde os fundamentos são justamente os de interação entre nosso mundo e o mundo dos mortos.

As Culturas e seus Fantasmas:

Pesquisei bastante para fazer este bestiário, então segue ai alguns dos milhares de exemplos.

Dybbuk: É um possessor de corpos da cultura judaica. Este espírito pertencia a uma pessoa de índole maligna e pecaminosa que vagueia sem descansar ate encontrar alguém que possa ser possuído por ele. Como ocorre esta possessão é um tanto obscuro, nos textos referentes que eu encontrei não especifica se um corpo humano pode ou não ser habitado por dois espíritos, que seriam o espírito original da pessoa mais do Dybbuk.

Onryō: Fantasma vingativo japonês. Um dos milhares tipos de fantasmas japoneses, é a Sadako Yamamura do filme Ringu, ou a Samara da versão americana (Alias cuecada, da ai uma pesquisada na atriz que interpreta a Samara, terão uma surpresa).

Alma penada: No nosso Brasil, como não poderia deixar de ser, temos milhares de relatos, e um aspecto que me chamou a atenção foi de que estes relatos são bem direcionados para a religiosidade (pois somos um povo bem religioso) e também para as figuras políticas, também por que adoramos política (Odiamos também) então resolvi colocar aqui um relato bem tipico, e que remete ao nosso estado que por si só é um dos maiores celeiros de fantasmas desse pais:

A Missa dos Mortos de Ouro Preto - MG

“ O caso aconteceu entre o fim do século XVIII e começo do século XIX, na igreja de Nossa Senhora das Mercês que fica ao lado de um cemitério. Quem viu foi João Leite, zelador e sacristão que se preparava para dormir em sua casa, próxima ao templo, quando percebeu luzes na igreja e foi verificar o que acontecia. Deu com uma missa em andamento, repleta de fiéis vestidos em longas túnicas escuras e um estranho padre cuja nuca era pelada e branca. Eis que o padre voltou-se para a assembleia e pronunciou "Dominus Vobiscum". Foi aí que o sacristão viu-lhe a face cadavérica e bem reparando constatou que todos os presentes eram igualmente esqueletos. Tratou se escafeder-se sem chamar a atenção mas ainda a tempo de observar que a porta de acesso ao cemitério estava aberta. O episódio entrou para os anais das histórias de assombração da cidade de Ouro Preto.”

Bom meus amigos, esta é a primeira parte do Bestiário sobre Fantasmas, o que acharam, gostaram, tem alguma duvida sugestão ou mesmo uma critica construtiva?

Escreve ai abaixo, e Boa Noite.