22/07/2015

Aokigahara. A floresta do suicídio.



Boa noite galera. Alguém ai já ouviu falar sobre a floresta de Aokigahara?




Às sombras do monte Fuji ela cresce por vários quilômetros, suas árvores frondosas e vegetação densa, por isso recebe o apelido de mar de árvores, sempre foi um dos lugares favoritos dos japoneses, para passear com a família, acampar e fazer piqueniques, isso ate um certo senhor Seichō Matsumoto que escreveu um livro chamado de Kuroi Jukai, que se não me engano jamais foi traduzido para o português, mas que seu nome significa aproximadamente “Mar negro de árvores” fazendo uma referência com o apelido da floresta, e nesses textos de Matsumoto, havia uma espécie de guia de suicídio, indicando a floresta como lugar mais apropriado para tal, pois era quieta e silenciosa, dando ao suicida a chance de refletir sua vida antes de cometer o ato. 

 


Basta lembrar que no Japão existe uma das maiores taxas de suicídios no mundo, isso se deve às rígidas regras de vida desse povo, um fracasso profissional, amoroso ou qualquer coisa do gênero, já é motivo mais do que suficiente para que o japonês acabe com a própria vida. Isso aqui no ocidente é algo visto como tremendamente grotesco, um Tabu inquebrável, mas para eles, o suicídio não gera nenhum estigma social ou a lembrança da pessoa, isso pelo fato de que tanto no budismo quanto no Xintoísmo essa prática não é um “pecado”, ela na verdade serve para limpar a honra, lembrando que na era do xogunato os samurais quando derrotados ou desonrados cometiam o seppuku (Corte do ventre) ou como é conhecido no ocidente como Harakiri, para provar seu valor e sua lealdade aos seus senhores xoguns.

Dai você me pergunta. Se a pessoa suicida, do que vale sua honra?
A resposta é bem simples. A honra de um homem no Japão não se compreende apenas a ele, toda sua família seria estigmatizada se ele não recupera-se seu bom nome. 
Essas praticas antigas, acabaram por influenciar a sociedade japonesa ate hoje, ao exemplo dos Kamikases que para honrar sua pátria morriam enquanto jogavam seus aviões nos navios americanos, e também os soldados capturados na guerra que suicidavam para que sua honra não fosse desgraçada pelos inimigos.
Isso tudo pende na cabeça de cada japonês, e por isso as vezes eles são tão obcecados com uma vida de sucesso e de vitórias em todos os sentidos.


Lendas:


Existem muitas lendas sobre o lugar, dizem que ali é a morada de demônios e criaturas sobrenaturais que povoam o folclore japonês, mas destaquei uma que achei imensamente interessante.

Reza a lenda, que rituais de sacrifício, lógico, deveriam ser feitos com certa frequência no lugar, para que acalme os demônios do monte Fuji e que eles não saiam de Aokigahara. Um dia este ritual deu errado, ao que parece a donzela de sacrifício havia se arrependido de sua sina pouco antes do ritual. (Isso já aconteceu antes, pelo que percebo todas as donzelas de sacrifícios do Japão se arrependem antes do ritual.) E com isso o ritual deu errado, logo a floresta está contaminada com o chakra da morte, estes demônios (Para nós, porque para eles são deuses) emissários da morte, são criaturas sedentas pela energia desprendida pelo ato de morte. (Pelo que dizem os locais, muitos suicidas da floresta, na verdade não desejavam morrer.) Este chakra ruim, não permite que as almas das pessoas que suicidam ali descansem, tendo que assombrar aquela área.
O bizarro é que como em várias outras lendas pelo mundo, estes fantasmas repetem incessantemente o momento da morte, mas dizem que quando um vivo presencia este instante, o chakra ruim daquela morte toma conta de seu corpo, obrigando-o a imitar o ato do fantasma.
Dizem também que as pessoas são chamadas para a floresta, quando elas ao cair da noite encontram-se em local não protegido e por algum motivo dão as costas para o monte Fuji.

Verdade ou não, vou deixar uma curiosidade só para atiçar vocês caros amigos… Não existe vida selvagem na floresta, nem pássaros grandes ou pequenos, nem mamíferos ou repteis, apenas os insetos e vermes para devorarem os cadáveres que aparecem as centenas todos os anos.