22/08/2015

Malleus Maleficarum: Dissecando o mito das Bruxas.

Parte 1: Antiguidade.



Ola meus amigos, o quanto vocês entendem sobre Bruxaria e o mito em Bruxas?

Mesmo com a popularidade do assunto, é espantoso o quanto é precário o conhecimento sobre o assunto. Então depois de longas conversas com amigos e com minha esposa, resolvi trazer aqui um pequeno estudo sobre essas mulheres que voam sobre vassouras e raptam crianças em seus leitos, ate os dias de hoje.

A Bruxa Primordial.



O termo "bruxa" se perde no tempo, remontando facilmente a épocas pré-romanas. Em inglês, a palavra witch pode significar tanto bruxa, quanto feiticeira; provavelmente tem sua origem nos termos anglo-saxões "wissen", (conhecimento) e "wikken" (adivinhação). Vinculando, portanto, as bruxas a atividades adivinhatórias e àquelas relacionadas com o acúmulo de conhecimento, como o trato com as ervas e raízes.

Portanto podemos traçar a figura antiga da bruxa, (que sim em sua maioria eram mulheres, mas falo disso mais tarde) elas desempenhavam os papéis de curandeiras, parteiras e benzedeiras, com isso elas gozavam de um certo prestígio na sociedade antiga, pois eram consultadas para quase quaisquer problemas, pessoas com grandes conhecimentos em herborismo, além de algum conhecimento em alquimia, podendo assim fazer valer ervas medicinais para confecção de remédios e outros tipos de poções para diversos fins, alem de serem consultadas para vaticínios (Profecias e adivinhações).

Coisas que nas sociedades antigas, e de certa forma também nas atuais, em nada se diferenciavam entre si, sendo ambas entendidas como Magia.

Mas a relação com a sociedade e as Bruxas não eram de forma alguma sempre pacifica, muito longe disso, pois em uma época em que a mortalidade infantil era enorme, estas mulheres eram vistas tanto como salvadoras quanto carrascos que segundo a mentalidade dessas épocas pré idade media, quem decidia se salvava ou se deixava para a morte eram as parteiras.

Convém lembrarmos também, que neste mesmo patamar social ainda se inseriam os desviados, os doidos, os desajustados e tantos outros, todos vistos, de uma maneira ou de outra, envolvidos com o sobrenatural, consequentemente, com a Magia, sendo ela mesma, já habitada por outros tantos mitos e crendices. Aqui temos outro elemento que, invadindo o plano real, irá marcar profundamente a figura das bruxas: os Mitos.


Ísis


São muitos, ao exemplo de muito longe temos as deusas Egípcias, como a violenta Sekhmet que sedenta por sangue era a Deusa das batalhas, vingança e das doenças, também temos obviamente Ísis a deusa mãe, ela é a deusa das mulheres da fertilidade e olha só da Magia.



Hecate
Na Grécia antiga, temos como exemplo assim como Ísis, o todo feminino representado por uma figura poderosa como Atenas, filha de Zeus, ela é a personificação da sabedoria, consequentemente facilmente ligada a Magia, mas ha também outras deusas notáveis como Hera, Persefone, Hecate, Arthemis e Afrodite, que se reunirmos todas, podemos traçar um parâmetro claro, de que cada uma representa uma característica Feminino. Mas existem mitos na Grécia, com todos seus monstros, vemos a Lâmia, que tendo perdido seus filhos se vinga bebendo sangue de crianças, também temos Medeia que transformou a tripulação de Ulísses em porcos. São tantas que poderia passar o poste inteiro listando elas aqui.



Strix
Na Roma antiga existiam as Strix (origem da palavra italiana strega = bruxa); eram mulheres que, em certas noites, transformavam-se em corujas e procuravam crianças para sugar-lhes o sangue. Monstros similares eram as "stringlas" gregas. As germânicas "streghe" podem estar neste mesmo caldeirão.

A bruxa primeva é, portanto, o resultado mágico da fusão da mulher sábia, aquela que auxiliava no parto e cuidava das enfermidades, dos vitimados pelo sobrenatural, os desajustes mentais e sociais e dos muitos monstros sugadores de sangue que povoavam o imaginário popular, estando inequivocamente ligada a elementos naturais, a um saber ligado à terra, aos seus ciclos e aos seus muitos deuses; em especial os da fertilidade, em suma, Pagã. Um ser que vivia na tênue fronteira entre o real e o imaginário. Uma figura complexa. E ambígua.

Essa ambiguidade, tão presente (a mesma erva que cura pode também matar) foi uma constante; e neste ponto não se restringe apenas à questão de gênero nem de época, sendo o médico de hoje tão vítima desta desconfiança quanto a bruxa de outrora. Esta desconfiança, disfarçada, mas nunca superada, contribuiu para a existência de um convívio no meio social, no mínimo, delicado.



Brigida 
Situação facilmente estendida para todas as mulheres que, com seus humores e sangramentos, sempre esteve envolta pelo manto do sobrenatural. A distinção social dada à bruxa e a seus saberes tipicamente femininos reflete, em certa medida, a distinção dada à própria mulher. Seria fácil, portanto, nestas sociedades, supor o papel da mulher laureado de um certo prestígio, ainda que mínimo. Afinal, acima de tudo estava a figura da mulher como mãe; ela, enquanto geradora de vida, assumia maior importância até do que o seu fruto, o filho.




Bom amigos, por hora é só, não percam a segunda parte desse estudo, curtam nossa pagina do facebook (Blog Maldição) e tenham uma ótima noite.

Ah e dedico esse Post para minha esposa Gullveigg, com todo carinho!

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