26/08/2015

Malleus Maleficarum #2

A Idade Media.


Ola meus amigos, vamos continuar nosso estudo sobre as lendas e as verdades sabidas sobre as infames Bruxas.

Agora se vocês não se lembram ou não leram a primeira parte, cliquem aqui nesse Link Malleus Maleficarum #1 . Assim podemos continuar.




Como eu havia dito, tanto no mundo (Europa) tanto antes como durante o regimento do Império Romano, as feiticeiras, parteiras, médicas e as infinidades que seriam tachadas de bruxas nas eras posteriores, essas pessoas gozavam de certo prestígio na sociedade e não eram diretamente hostilizadas.










Mas na Idade Media, com a queda do Império, tudo mudou e mudou para pior. Mas cabe aqui um detalhe, não foi só em relação desse grupo de pessoas que piorou, foi tudo, literalmente, pois o mundo que caminhava confortável salvo pela máquina administrativa elaborada de Roma, agora não existia mais, e assim o mundo começa uma cavalgada em marcha à ré.
Mas nem tanto foi assim com as “feiticeiras” elas agora mais do que nunca eram necessárias, então sobre o cadáver pútrido de Roma, agora antigas tradições poderiam voltar a surgirem livres, e por vias de tradições orais que os ensinamentos eram passados de gerações a gerações.

Todos os povos tinham suas bruxas, e viam a mulher sob óticas diferentes. Ainda mais interessante é dizer que as próprias mulheres se viam de forma diferente. Foi neste ambiente, em que todos influenciavam e eram influenciados, nos séculos em que se fomentou a formação das futuras nações que se consolidaram na Idade Moderna, é que assistimos o cristianismo (aquele nascido no Concílio de Niceia (325 d.C.), tornado de Estado no Édito da Tessalônica (380 d.C.) e reforçado nos outros muitos concílios que se seguiram) se tornar uma Instituição e ganhar corpo. Força. Poder.



É no confronto direto com esta “nova” religião que o mito da bruxa ganhará os contornos que hoje vemos e em paralelo, assistiremos o delinear de uma nova posição a ser ocupada pela mulher, pois, no seu processo de “formatação”, a religião criada em nome do Cristo afasta, paulatinamente, as mulheres dos seus nichos de poder, assumindo, em definitivo, seu aspecto Patriarcal. Justo a religião que, em seus primórdios, galgou importantes degraus apoiada por mulheres (vide a mãe e a esposa de Constantino).

Um dos passos importantes que a igreja deu nesse período, foi o consílio de Latrão, convocado pelo então Papa Inocêncio III em 1215, onde além de outros assuntos, foi instaurado que todo cristão, deveria se confessar ao menos uma vez a cada ano, correndo risco de excomunhão se descumprisse a recomendação. Também foi aconselhado aos padres a tomar atenção maior as heresias, estimulando o interrogatório em caso de suspeita, e que se comprovado o desvio, a punição era cabível, o transgressor era entregue a coroa para que essa decidisse o fim do processo, isso por que naquela época a Igreja não podia derramar sangue. Este concílio foi convocado para tratar dos assuntos pertinentes aos Cátaros.

Nessa nova realidade que surgia era o Filho, não mais a Mãe, a figura de maior importância. Mesmo que haja, principalmente após as Cruzadas (séc. XI a XIII), uma certa redescoberta do feminino cristão, na figura de Maria, porém relação primaria estava irremediavelmente comprometida. E aquele saber das bruxas, desde há muito associado a deuses “pagãos”, será marcado indelevelmente pela chegada do Deus Único.

E nesse cenário, então o imaginário geral, opunha dois grandes arquétipos da mulher, a santa e a bruxa, o sagrado e o profano.

A mulher cristã era representada insistentemente pelo clero, como sendo uma figura que deveria ser semelhante a Maria mãe de Jesus, como pura e simples, que esconde sua diante da luz de Deus, subalterna a vontade do Deus único. Enquanto a bruxa, uma Pagã que também era propagado pela igreja como sendo uma figura vil que usa de seus encantos femininos para ofuscar a mente do fiel e afastá-lo do desígnio divino. Assim a sexualidade feminina acaba sendo o campo de batalha em que estes dois arquétipos se enfrentam, bom acho que vocês devem imaginar os nomes dados pelos fiéis para as mulheres pagãs, prostituta é o mais ameno que consigo pensar.



Idade Moderna, a Inquisição.




Não pretendo me delongar aqui, pois os atos da Inquisição é bem famoso e não creio que eu possa acrescentar muito ao que já é bem-sabido.

Mas acho bem interessante salientar que a histeria da caçada às bruxas não foi algo que ocorreu na Idade Media, apenas teve início nesse período, porém foi na Idade Moderna que ela ganhou os moldes que conhecemos hoje.

Suprema e Sacra Congregação da Inquisição Universal, a Inquisição, tinha como missão o reforço da “verdadeira fé”, nem que para isso tivessem que usar a força. Foi um período conturbado em que a igreja tinha ameaças que vinham de todos os lados, exemplo disso era a reforma Luterana, a Igreja antipapal Anglicana e tantos outros.

E como era de se imaginar, cerca de 75% dos condenados eram mulheres, porém o que pouco se fala é que o mesmo numero cabe as delatoras, acusações de poligamia, feitiçaria e satanismo eram geralmente apontados por mulheres. Ou seja, isso foi apenas a conclusão da guerra entre os dois arquétipos de feminino que nasceram na Idade Media.

Paginas interessantes sobre o assunto.


Como eu disse, este foi apenas um pequeno estudo (e bastante opinião minha mesma) sobre Bruxas, é muito pequeno se comparado à extensão sobre o assunto.
Então vou deixar uma série de Links de páginas interessantes.

Caça as Bruxas. Pagina da Wikipédia.

Inquisição: Morteaos hereges. Pagina do Guia de estudante

Wicca. Da Wikipédia


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Tenham uma boa noite meus bruxinhos.  

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